quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tristeza :/


Os caras gastam 8, 12, 18 anos envelhecendo uma boa bebida. Depois engarrafam e cuidam de uma imensa logística pra fazer isso chegar às mãos do consumidor.
Aparece um governo autoritário desgraçado dos infernos e cria uma lei que proíbe o consumo do produto e tudo vai parar em baixo de um rolo compressor.
Ô tristeza que dá!
Eu vi:
Grants
Ballantines
Famous Grouse
Jack Daniels
JW Red
JW Black
Jim Beam
Chivas
Bells
Teatchers
JB

Algum mais identificável?

Respondendo ao Tiago: Essa desgraça absurda aconteceu no Paquistão, no data em que comemoram o "Dia do Consumidor" (?!). Vai entender...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Agora sim, começou o VARNAVAL!!!

PARANGOLÉ VALVULADO
[Frevo enredo 2011]

Alô, alô, Dona Maria
Traz a sacola e a bacia
Na minha mão
É um real
Parangolé, começou o carnaval


**********

Parangoleando de bar em bar
O Parangolé vai chegar
Mas a saideira é na feira
Na beira do rio do lado de lá.

Juiz de Fora já vai amanhecer
Quem quer comprar, beber, trocar ou vender
Enquanto o dia nasce
Não me escrache
Que eu vou até lá pra te ver!

Tem catuaba pra acender o pavio
Mais uma dose e eu mergulho no rio
Tem dentadura pro banguela sorrir
Pastel e garapa pra glicose subir

Cd pirata, chip de celular
Tem pilha boa pro brinquedo voar
Rádio usado, carro e televisão
Disco arranhado, pinico e fogão

Meu coração quase partiu
Quando cheguei na Avenida Brasil
Deixei a tristeza de lado
E vou sair da feira valvulado.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Bar da Fábrica, Juiz de Fora


Se é uma fábrica, está produzindo algo, assim espero.
Partimos pro bar, assim que soubemos que o Mamão estaria cantando seus sambas por lá, acompanhado de um grupo de Choro. To na Lapa de JF, pensei comigo.
Entrada de 15 pratas, Ok! Chegamos cedo e a casa estava vazia. O grupo de choro já se apresentava.
As mesas do térreo que estavam livres são muito próximas uma das outras. Sou sujeito espaçoso, e descartei ficar sentado ao lado de gente desconhecida, mesmo que estivéssemos ali pelo mesmo motivo... Pedimos então para irmos ao mezanino. O garçom informou que só abririam o segundo andar quando as mesas de baixo estivessem cheias. Aff!
Diante de nossas caras de insatisfação, e após eu me lembrar do nome da filha do dono do bar, o garçom abriu o mezanino, e rapidamente ele ficou cheio.
Borá beber e ouvir boa música.
Beber: Pedi um balde de cerveja e ele chegou cheio de long neck.Como um bar pode trabalhar só com long neck? Que porra é essa? Isso é coisa de boate, de danceteria, de rave ou sei lá o que mais. Mas BAR tem que ter cerveja em garrafa 600ml. Mas entendi, pelo preço que estavam cobrando, o lucro era MUITO maior empurrando aquelas cervejinhas nos clientes, só isso explica. Pelo menos estavam geladas, e disso não posso reclamar.
Beber 2: Cachaças – Pedi uma Canarinha, que há tempos quero experimentar e constava na carta da casa. O garçom rodou, foi no bar do mezanino, desce pro bar do primeiro andar e voltou informando que não tinha. Chato. Mas vamos pedir outra cachaça então! Havana/Anísio Santiago: Lá vai o garçom de novo, e.... Nada. Também não tinha...
Deve ser azar. Um dos convivas de nossa mesa estava tomando um antibiótico, e, mesmo diante de nossa insistência em que ela bebesse e jogasse o tratamento médico no lixo, ela decidiu-se por uma cerveja sem álcool, só pra enganar o fígado. Kronembier, tava na lista de cervejas do cardápio. Você acha que a cerveja existia no freezer do bar? Óbvio que não!
Então vamos comer: Porção de torresmo. Já falei pro meu irmão Zé que esse negócio de comer torresmo em lugar diferente do Bigode não dá certo. Veio à mesa uma cumbuquinha com torresminho em tiras finas, pele crocante até, mas bastante "encharcado" e só contendo pele e gordura. Eu te avisei, Zé!
Pede-se, então, iscas de Frango com catupiry, creio eu. Não vi o nome correto do prato no cardápio, mas era com isso que parecia. Nova cumbuquinha, que creio ser formatada pra consumo individual, dado o tamanho das porções apresentadas até àquele momento. Um pão fatiado acompanhava. Não era nem pãozinho fresco, nem uma torrada. Estava mais para “pão de hoje de manhã guardado em saco de papel que fica meio duro no final da noite”.
"Vamo que vamo".
Nada saciava a fome, pois tudo era diminuto. E eu que elogiei os preços das porções quando vi o menu. Pensei: cerveja cara mas porções convidativas. Ledo engano.
Pedimos pastéis. Porra! Pastel não tem jeito de ser algo servido de forma minimalista. Perguntei ainda pra garçonete: É aquele pastel tradicional, meia lua, certo? Sim foi a resposta.
Morram. Deste nós tiramos até foto. A risada comeu solta na mesa (só a risada comeu naquela mesa). Quando a cumbuquinha pousou na nossa frente, ninguém se conteve. “Afrancesaram” o pastel! Conseguiram um tamanho inferior ao de risoles de festa de criança.
Como disse, a foto ilustra o post, para vocês verem o que digo.
Decidimos ir embora e nossa continha ficou nuns 250 reaus. Como disse, caro demais pra um boteco. Caro demais para um bar com samba.
Minha modesta opinião, é claro.
Não vale a pena.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Filosofia do Coletivo 3

Lá vamos nós, atrasados pro trabalho em plena segunda feira. Entro no primeiro ônibus que passa pelo ponto. Um Santa Luzia, que desce a serra nordeste sabe-se lá vindo de qual bairro.
Já noto que as conversas fluem animadamente. Penso: Hoje não conseguirei concentrar em nada, vou ser obrigado a ouvir conversas dos outros. Lá vem post novo no blog.
Não há como sentar-me. Tá tudo ocupado, já a partir da roleta. Me aboleto por ali mesmo, pouco após passar pelo cobrador.
Acho maldita essa inversão de fluxo de entrada e saída dos ônibus. Ali, na frente, quase sempre fica vazio, pq os bancos são, quase todos, destinados a idosos, deficientes, grávidas e obesos (Olha eu dando mole!) mas depois da roleta é o inferno encarnado na forma de um ônibus.
Dali, onde estou, fico entre os dois primeiros bancos pós trocador. A passageira da poltrona da frente, do lado da janela, está virada para trás, conversando animadamente com a passageira da poltrona de trás, no corredor..
Pena dos que estavam ao lado, pois, mais do que eu, estavam incluídos na conversa e nas confissões da passageira, sem ao menos receber algo por aquilo, a não ser os perdigotos lançados em sua direção.
Eis que a passageira, descasada e agora juntada com seu novo companheiro, discorre sobre o seu desprendimento afetivo em relação aos entes próximos: Os filhos, por opção, saíram de casa e forma residir com os pais. A falante passageira diz que isso não lhe atinge, que agora pensa só em si mesma, pois, se os filhos quiseram ir embora, o problema é deles. Mesmo seu filho mais novo não recebe tratamento diferente em relação a este pensamento, pois vai crescer e depois chutar a bunda dos pais e cair na vida. Afinal, eu tenho mesmo é que cuidar de mim. Sou vaidosa e cuido muito bem de mim mesma. Tenho horror de ficar feia (Há!!! Glu glu! Pegadinha do Malandro?) Ficarei velha mas não deixarei de ser vaidosa.
O novo companheiro morre de ciúmes, igual ao anterior. Fica bravo se ela sair bem arrumada e pintada pro trabalho. Sábado passado ela falou que sairia cedo do trabalho pra ir no salão. Quando chegou em casa, sem ter feitos as unhas, ele loprou e perguntou se havia, escrita em sua testa, a palavra OTÁRIO! Ela explicou pra ele que não conseguiu vaga no salão, e por isso a unha não tava feita. Mas ela não se rebaixa não! Não fica abaixando pra companheiro de jeito nenhum. E se ele acha que ela tá arrumando algo fora do lar, e ela não está, é melhor que ele se prepare pq ela vai é arrumar mesmo, pra quando ele brigar, ele ter motivo de verdade!
Neste momento, eu já estava de cabeça cheia com tanto papo furado e exposição de vida pessoal, em alto e bom som, para todos os 50 passageiros daquele ônibus.
Mas podia piorar, com uma cereja no bolo! A conversa descamba pra tratamento dentário, e discorrem então sobre preço de tratamento, descontos pelo sindicato e coisa e tal...
A falastrona contou que, andando pela rua e chupando um Halls com chiclete, sentiu algo estranho na bala, duro, e cuspiu fora o chiclete com tudo.
Passou um pouco e sentiu falta do provisório, o que a fez entrar em pânico. Banguela em plena GETÚLIO VARGAS!
Meu deus, o provisório era caro (imagina só quando ela souber o preço da coroa dentária) e ela saiu rodando pela avenida, procurando pelo chiclete e pelo seu dente.
Morri.
Não sei se ela achou, mas fiquei feliz pelo ponto de descida delas ter chegado e pelo descanso aos meus ouvidos naquele momento.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tupi, uma razão para torcer.

Quando alguém decide torcer pelo Tupi, não sabemos ao certo onde isto poderá nos levar.
Obviamente que muitos nos olharão com ar de incrédulos, descrentes de nossa opção.
Faria sentido esse olhar recriminador? Na nossa modesta opinião, não.
Afinal, o que é torcer? Vestir a camisa do time; ir ao estádio, nos jogos em casa e até fora da cidade; defender o clube até nas derrotas; ler, conhecer e fazer parte da história do clube. Isso mesmo: Fazer parte da história, pois de nossas memórias sairão os maiores argumentos para esta opção de vida.
Esta história que nem sempre é escrita é que cativa a nós mesmos e traz pra perto outros tantos que se interessam pelo nosso time do coração, devido a nossa feroz defesa pelo direito de torcer por um clube de nossa cidade natal. Ora, é óbvio que temos motivos a mais do que qualquer outro torcedor de times cariocas e paulistas.
Pergunto: Quando você, torcedor rubro negro, entrou no gramado do Maracanã para festejar um título com teu time? E você, torcedor tricolor, tem por hábito conversar com o atacante do teu time, e ele saberia quem você é? Você, cruzmaltino, já teve a oportunidade de estar num churrasco, lado a lado com o ídolo do teu time? Será que o mais autêntico botafoguense, um dia, pode conversar com o técnico do seu time e sugerir um jogador para compor o elenco?
Parece coisa de amador, alguns dirão. Mas não é. A vivência próxima a um clube e de seus jogadores, comissão técnica e presidente nos dá este tipo de privilégio.
E nem por isso eles deixam de ser profissionais, tanto quanto qualquer jogador dos ditos grandes clubes. Muitas vezes, até mais.
E mesmo que nos faltem títulos, nunca deixaremos de torcer pelo time que nos leva ao estádio aos domingos. Que sofre com o orçamento apertado, que sofre diante de uma Federação que insiste em promover só os grandes times da capital, que sofre diante de uma arbitragem tendenciosa e desprezível.
Nada fará com que mudemos de time e de opinião. Porque o nosso clube mora em nossos corações, e este time, da sua humilde maneira, reconhece este amor e sempre nos retribui nos gramados.
Os jogadores sabem disso. Sempre que entrarem em campo, em qualquer circunstância de tempo, situação no campeonato e condições de vitória, poderão olhar para aquela mesma curva da arquibancada e lá estaremos nós, da Tribo Carijó, cantando, gritando, torcendo e vibrando como se fosse aquela a última e mais decisiva partida de todas.
Sempre. Porque nós seremos Tupi até o último dia de nossas vidas
Tribo Carijó, Tupi até morrer.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Muito pra mim é tão pouco...

Sempre digo, para os incrédulos em minha afirmação de que sou torcedor exclusivamente carijó: “Nós somos os verdadeiros abnegados do mundo da bola”. Vamos ao estádio, sempre, com uma ponta de descrença espetando nosso coração repleto de amor pelo alvi-negro juizforano.
Não esperamos por títulos suntuosos, troféus brilhantes, campanhas avassaladoras, goleadas históricas, gols inimagináveis. Esperamos ver nosso time jogar, de forma correta, com aplicação, dedicação, coerência e com poder de agir e reagir quando necessário. Lutar, de forma digna e sem abaixar a cabeça, por maior que seja o adversário (e nenhum deles será maior do que nosso Galo Carijó). Isso é tão simples, tão “pouco”, tão normal, que já nos basta. Os resultados serão fruto deste “pouco” que esperamos. E quando os resultados acontecem, nos tornamos os torcedores mais orgulhosos, do melhor time de todos os tempos, não só de Minas Gerais, mas do Brasil, do Mundo.
Não há como descrever para vocês, boleiros, o que é a sensação que antecede o jogo.
Nós, da Tribo Carijó, nos falamos diariamente. Procuramos informações nos jornais, blogs, sites, assessorias, rádio e TV. Sabemos muito bem como é difícil garimpar informações do nosso time. Muitas vezes recorremos até aos diários do time adversário, para saber o que nos espera e também a forma como enxergam nosso time.
Passamos a semana apreensivos, avaliamos, damos nota, montamos nosso esquema tático, substituímos e escalamos nosso time. Secamos o adversário, com um ódio comedido, que some depois do jogo, mas com uma fúria que desejaria que estes adversários nem sequer pisassem em nosso querido gramado.
Isso vai crescendo, e muito antes da partida já falamos sobre o jogo, como se ele tivesse começado. Na véspera já sabemos quando e onde nos encontraremos para ir ao estádio, juntos, crescendo ainda mais a ansiedade pelo jogo.
Pelas ruas de nossa cidade surgem vários torcedores da Tribo, vestidos com suas inconfundíveis fardas pretas. Vêem de vários bairros e regiões, inclusive, de outras cidades. (Saiba você, boleiro, que somos muitos e estamos espalhados pelo Brasil afora).
Nos encontramos no ponto de ônibus destinado ao embarque da torcida, e lá estão todos, de olhos vidrados e o peito cheio de ar grita as músicas e o hino do Galo Carijó, já no embarque para o estádio.
A partir daí somos todos uma só voz, um só destino e uma só vontade. Tudo pelo Tupi.
Chegamos ao estacionamento e lá encontramos com mais torcedores da Tribo. O grito cresce, a força aumenta. Uns entram antes e já estendem nossa faixa, marcando nosso território conquistado nas arquibancadas. De lá não sairemos nem no mais quente sol e nem diante da maior tormenta.
Há um misto de admiração e temor nos olhos dos demais torcedores: Quem são estes malucos, por que estão neste clima, alucinados, em plena tarde de domingo?
Mas mesmo os mais incrédulos se contagiam, eles cantarão e vibrarão conosco durante os 90 minutos. E lá na Tribo não nos importaremos com o resultado final, se ganhamos, empatamos ou perdemos. E aquele “pouco” que nos move, sobre o qual me referi no início do texto se torna muito, porque naquele momento nossos jogadores não são simples atletas. São gladiadores na arena da bola, lutando contra tudo e contra todos, guerreando atrás da vitória impossível, derrubando leões, raposas, zebus e cravando a espora do Galo Carijó matador no coração do adversário que ousou entrar em nossos domínios.
Não queremos mais aquele “pouco”. Nós somos maiores e agora temos muito mais o que esperar de nossos jogadores:
Como disse o compositor, acertadamente:

“E muito pra mim é tão pouco
E pouco é um pouco demais
Viver tá me deixando louco
Não sei mais do que sou capaz
Gritando pra não ficar rouco
Em guerra lutando por paz
Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero mais
Pouco eu não quero mais.
Pouco eu não quero mais”