sexta-feira, 10 de julho de 2009

Eu gosto de maritacas!

Não sei se é porque se parecem com papagaios, ou porque são verdinhas e voam aos pares. São animais que, por enquanto, estão adaptadas ao caos urbano. Não são chatas e numerosas como os pombos e os pardais, embora tenha visto muito menos pardais do que antigamente, na verdade, quase nenhum (e pensar que em todo lugar tinha um passarinho destes. Devem estar em extinção.)

Enfim, gosto de maritacas. Não sei nada sobre elas, só me parecem monogâmicas, pois voam aos pares, e fazem um barulho danado, sempre. Dizem que, domesticada, aprendem a falar. Disso não tenho certeza.

Certo dia, vi um casal delas em pleno São Mateus! Achei um barato. Fiquei acompanhando seu vôo até onde pude! Que diabos faziam ali?

Na adolescência, sempre as via nos paredões do bairro em que morava. Faziam ninhos nas reentrâncias das rochas de uma antiga pedreira.

Como podem ver, sempre tive estes pássaros por perto, mesmo sem saber ou querer.

Me casei, mudei de bairro e sabem quem morava perto de mim? Maritacas! O legal é que, nos jardins do meu condomínio, existem coqueiros nos quais elas se alimentam dos frutos. São coquinhos verdinhos, provavelmente fazem parte da dieta destes bichinhos bagunceiros. Comem e se fartam destes frutos, no pé mesmo.

Hoje, de manhã, saí pro trabalho com minha esposa. Ela ficou admirada com a quantidade de maritacas que voaram deste coqueiro assim que passamos por ele. Eu mesmo não havia visto tantas. Uma zona danada, e aqueles pássaros verdes voando pra todo lado.

Mas o ser humano é um bicho filho da puta e desgraçado.

Cheguei em casa, agora à noite, e podaram o coqueiro. Há uma escada apoiada na árvore. Os cachos, repletos de coquinho, estão no chão, jogados no que agora é um monte de lixo.
O alimento dos bichinhos está destruído. Tenho certeza que isto é obra de alguém que achava os gritos das maritacas inoportunos, ou que se incomodava com a sujeira ocasionada pelos coquinhos que caiam na calçada.

Normal por aqui. O condomínio ERA todo arborizado e cheio de cercas vivas, hoje não temos árvores e os muros são de concreto. Tudo para economizar na folha de pagamento do pessoal que cuidava da jardinagem... Se você vier aqui, só verá mato nascendo por detrás do muro. Por enquanto, pois, se depender desta gente, asfaltam e concretam tudo.

Estou puto. Pode ser besteira, mas estou puto. Esta gente que aqui mora agüenta barulho de duas vias de acesso à cidade, 24 horas por dia, com caminhões, carros, ônibus o tempo todo. Ambulâncias, com a sirene ligada passam aqui toda hora. E temos um salão de festas que funciona até a madrugada logo em frente. E FORAM IMPLICAR COM AS POBRES MARITACAS.

Digo, de novo: o ser humano é um bicho filho da puta e desgraçado.

Amanhã vou colar uma mensagem no tronco da árvore, não sei o que direi, mas será um resumo, em poucas palavras, desta situação: Barulho pode à vontade, de maritaca: não!

Vai tomar no cu! Não você leitor, mas os síndicos e moradores desta merda de lugar, que NÃO me terão como vizinho por muito tempo.

Tomara que a natureza um dia se vingue desta gente. Se eu fosse maritaca, cagava na cabeça de todo mundo!

2 comentários:

  1. TORÇO PARA QUE QUEM PODOU O COQUEIRO RECEBA UMA RAJADA DE PASSARINHOS POR DIA!!!!

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  2. AH! E aqui em casa tem mtas árvorese goiabeiras! E bandos e bandos de maritacas inoportunas que eu amo admirar comendo as minhas goiabas!!!!

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