terça-feira, 23 de novembro de 2010

Filosofia do Coletivo

Parece coisa nobre, um estudo aprofundado sobre a interação entre mentes humanas.
Mas não é nada disso. Trata se, tão somente, de histórias ouvidas no ônibus mesmo 
Explico: Trabalho em local próximo à minha residência, na mesma avenida, PORÉM, segundo o Google Maps, são longos 4 Km, intransponíveis à pé, se considerado o peso do escritor. (mentira, mas são demorados e chatos 45 minutos andando, e preciso manter a forma ovalada adquirida com tanto empenho, cerveja e tira-gostos variados)

Neste trajeto, que dura, normalmente, 15 minutos, vou pensando nas atividades laborais que me esperam, e projeto o que vou fazer naquele dia. Caso esteja de saco cheio, vou vendo as mazelas humanas pela janela. Acontece que, às vezes, sento-me num banco próximo a indivíduos que conversam entre si, em tons de voz dignos de Pavaroti. Apesar de julgar deselegante ouvir estas conversas, sou obrigado. Não há como ignorar a conversa.
E pensei em relatar o que ouço, para deleite dos que não são usuários do Coletivo em questão, e para que tenhamos um espaço para que outros comentem as “Filosofias” jogadas em seus ouvidos e que ficam repercutindo em suas mentes...

Dois amigos conversam no banco atrás de mim. Já estavam lá quando cheguei. O ônibus, cujo destino era o Bairro São Geraldo, havia partido do Vale do Bandeirantes.
Um dos interlocutores, o mais falante, tem aproximadamente 30 anos, é separado, pai de dois filhos, um deles foi gerado pelo casal, o outro filho, é fruto da relação anterior de sua mulher. A criança tinha apenas 1 mês de vida quando o casal se conheceu e juntou-se. Ele assumiu o bebê.
Hoje separado, ele paga a escola das crianças, luz de casa, e outras despesas, o que somam quinhentos reais, muito acima dos cento e vinte reais que o juiz determinaria como pensão. Mas ele não pode deixar os filhos na mão.
Ele esteve namorando outra pessoa, que seria uma mulher bonita. Mas não estão juntos agora. A mulher deve ter terminado o namoro. Ele disse a esta namorada que ela deveria usar sua beleza para coisas do bem, e tomar cuidado porque a mesma beleza que lhe traz coisas boas pode destruir sua vida. Esta ex namorada tem três filhos.
Mas afinal, ele está procurando uma benção, não somente uma mulher. Deus há de colocar alguém em sua vida, assim ele espera.
Contou ainda que compra suas roupas, todas maneiras, numa loja da GetúlioVargas.
E disse que está malhando, e que a nutricionista disse que ele pode ganhar improváveis 15 Kg de massa num único mês, desde que ele siga a dieta corretamente, o que não está fazendo ainda.
Despede-se do amigo e desce próximo ao Pq Halfed, e segue sua vida de labuta, certamente feliz.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Bebendo e usando saia.

A Escócia tem duas coisas importantes:
O Kilt e o Whisky.
O monstro do Lago Ness não conta, afinal, se existe, é tímido que só ele.
O kilt eu dispenso, mas o whisky é deveras interessante.
Comecei o ano serrando um Buchanans 12 do meu pai. Daí, ganhei um Red Label da Michelle, consumido em janeiro.
Emendei fevereiro num whiskey americano, o Jim Beam, que confesso ser um dos melhores que tomei até agora.
Março: Grants NDN
Abril: Jamenson, um irlandês comprado com um desconto fodástico no Empório Bahamas.
Maio: Ballantines Finest
Junho: Abstinência, tava quebrado.
Julho: William Lawsons
Agosto: Ballantines Finest de novo (muito bom, Jim Murray tem toda a razão)
Setembro: Jim Beam de novo, como disse, melhor do ano.
Outubro:William Lawsons de novo, comprado em BH por um preço afrodisíaco.
Novembro: Não quero repetir, mas tá com cara que vem outro Jim Beam por aí, vamos pesquisar
Estou na fissura do Black & White, Dewars, Cuty Sark ou um Famous Grouse.
Fora de cogitação: White Horse ou nacional... Prefiro encarar o Mostro do Lago Ness.

Você é o que você come, ou morrendo pela boca KINEM peixe.

Affff!
Estava a esperar a Michelle, que comprava acessórios de beleza, ou seja, bijuterias, e fico diante de um balcão de guloseimas na padaria ao lado da loja em que minha patroa exercia o capitalismo.
Olho um petit gateau com desejo, mas me contenho e parto prum sanduiche de peito de peru, ressecado e com alface murcha, acompanhado de uma coca zero. Ô delícia! (oO)
Sou um novo homem (mentira!)
Após a espera, chega minha esposa e pede um misto quente com coca cola.
Enquanto esperávamos o sanduiche, não me contenho: as guloseimas já estavam sussurrando meu nome, baixinho e insistentes...
Peço uma taça com creme branco, creme de morango e chocolate, coberto com uma cereja e calda de morango. Regime é o caralho.
Má rapá! O troço estava TÃO doce, mas TÃO doce, que fiquei enjoado na primeira colherada. Fiquei puto pela escolha e mais ainda por ter gastado dinheiro naquela porcaria do inferno dos glutões.
Paciência.
Mas eis que, no dia seguinte, vou almoçar tarde, 13h30, sendo que esta seria minha primeira refeição, e ao chegar no SERVE-SERVE, esqueço o regime novamente e parto para um arroz, couve e carne cozida, trivial.
Má rapá [2]! A desgraça da comida estava num SAL do capeta. A filha da puta da cozinheira conseguiu salgar até a couve. A fome, insistente, me fez traçar boa parte do prato, mas era impossível comer todo aquele sal. Larguei comida no prato e paguei a comanda, com uma raiva danada.
Com a boca salgada e a língua murcha de tanto sal, passo no mercado à procura de algum líquido gelado, e aproveito pra comprar um doce, uma tortinha alemã (perdido por um, perdido por mil)
Vou todo feliz pra cozinha do escritório e abro o potinho da torta. Adivinhem?! A massa DAQUILO era manteiga doce. Simples assim: Pegue um tanto de manteiga, adicione açúcar, coloque duas gotas de essência de baunilha, cubra com uma fina camada de chocolate e deixe na prateleira pra um gordo idiota comprar e ficar com raiva da vida.
Em menos de vinte e quatro horas FODI com uma semana de dieta balanceada!
Mas nada que não possa piorar, hoje tem festa boca livre à noite. Vou ficar só na cerveja (com coisa que estou fazendo alguma vantagem nisso), pra compensar esta glutonice de ontem e hoje.