Duas indústrias de Juiz de Fora, talvez as maiores da cidade, acabam de mudar o modelo de gestão do plano de saúde oferecido aos seus empregados e dependentes:
Abandonaram a autogestão, onde administravam de forma independente o plano de saúde de seus funcionários, e contrataram o plano de saúde de uma conhecida cooperativa médica.
Méritos da cooperativa.
Infelizmente, os excessos regulamentares promovidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, órgão federal que regulamenta o setor, tornam desinteressante a autogestão de um plano de saúde, cheio de exigências legais, normas, prazos, informações periódicas, vinculação de capital, atuários, auditores, quando o objetivo principal de uma empresa é produzir aço ou montar carros...
A ANS e seu extenso volume de normativas já encolheu o mercado de plano de saúde significativamente. Por um lado, saíram empresas que se aproveitavam da falta de controle, mas o enxugamento das possibilidades de contratação de planos, seja por falta de opções ou mesmo devido aos produtos serem “engessados” em sua cobertura, trazem um péssimo resultado para o consumidor.
Hoje é praticamente impossível contratar, individualmente, um plano de saúde sem a famigerada co-participação. Algumas operadoras não mais comercializam planos individuais e familiares com cobertura de internação, ou, se a oferecem, por força legal, apresentam preços exorbitantes para evitar a contratação.
No caso do fim das autogestões, citado no início do texto, há um reflexo maior e talvez não identificado no primeiro momento.
As autogestões multiplicavam, num maior número de credenciados, a utilização do plano de saúde pelos seus usuários. Agora, mesmo que a cooperativa disponha de ampla rede credenciada, teremos médicos e clínicas, não cooperadas, deixando de atender e faturar com a prestação de serviços. Outro fato ainda a ser dimensionado é a questão das tabelas de serviços adotadas pelas autogestões, que em alguns casos eram significativamente maiores que os parâmetros da cooperativa.
Fato é que os prestadores de serviços referenciados ou cooperados terão um aumento no número de clientes, porém, com valores de consultas abaixo do que recebiam diretamente das autogestões. Outros profissionais, não cooperados, com a queda no número de usuários e de receitas, terão um impacto financeiro que gera arrocho e até desemprego.
Conclui-se, então, que numa cidade estagnada e sem perspectiva de crescimento a curto e médio prazo, uma pequena mudança na opção de oferecimento do benefício saúde aos colaboradores de duas indústrias da cidade pode gerar um significativo impacto na economia local.
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