O Creme do Pão Doce é um blog idiota, assim como o postante que vos escreve! Isso não quer dizer que quem o lê seja também, embora, se você gostar do adjetivo, fique a vontade para usá-lo. E, como diria alguem que não me lembro agora: "Pra isso aqui ficar ruím, vai ter que melhorar MUITO!"
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Bar do Bode
Sábado à noite, seguimos na nossa visitação aos butecos, começada na Cervejaria Mineira, depois ao Bigode, Futrica e agora estamos a caminho do Bar do Bode, no Monte Castelo.
Somado ao Totonho, do Retiro, estes são os bares mais “fora do circuito” no evento. Estão no miolo de bairros, um pouco distantes do centro. Com a ajuda do Google Maps, que neste caso não ajudou em quase nada, só em notarmos que o lugar está em meio a um emaranhado de ruas. Seguimos à risca o ditado que diz “quem tem boca vai ao buteco” (sei que não é bem isso).
Pergunta aqui, para por ali, arrisca aquela rua. Fomos descobrindo o caminho com os solícitos moradores e comerciantes do bairro. Subimos uma rua, pegamos a “terceira à esquerda”, a roda do carro cai num buraco, seguimos a rua e achamos o lugar, ao lado de uma igreja evangélica. Em Juiz de Fora disputa-se “pau a pau” o espaço de bares e igrejas. Sobre isso já falei (aqui). Achamos a entrada, paramos o carro e descemos as escadas para o salão do bar.
Lotado, afinal era sábado à noite. Mesas e cadeiras de madeira, a cozinha aberta ao fundo, funcionando freneticamente. De longe notamos o cheff Bode e sua inconfundível barba e chapéu. Após nossa chegada, forma-se uma fila de espera. A família é quem atende. Um pouco desorganizado, devido à casa cheia. Alguns clientes saem e tomamos a mesa. Demora um pouco para a limpeza. Mas aparece a atendente e providencia a organização e os pedidos de bebidas. Mais Bohemias, caipirinha e cachaça. A cachaça é “da casa”. Não há uma carta de cachaças. Mas esta é saborosa e bem aromática, e sobressai bastante na caipirinha. Cerveja na temperatura ideal.
Pedimos logo três pratos: o oficial do evento “Camarão ao alho e óleo com molho rosê”, o prato Doritos “Tira-Vira” e uma porção da tradicional traíra. Antes disso, surge na mesa um potinho com uma porção de farofa temperada, da casa. Farofa de mandioca com alho, flocada. Maravilha demais! Boa mesmo.
Pouco depois chegam os pratos. Não vou negar, quando pensei em camarão e Juiz de Fora, não achava que daria certo. Estava enganado. O prato estava nota 10. Camarão sem casca, de tamanho médio, tenro e MUITO bem temperado. Um tira gosto no melhor sentido da palavra. Talvez, no máximo, um capricho na apresentação tornaria o prato irrepreensível.
O tira-vira, apesar de não ter nada de Doritos, estava muito bom, melhor até que a tradicional traíra da casa. Farta-mo-nos.
O Bode apareceu depois, conversando com todos os clientes. Falamos sobre um caso interessante, meio lenda urbana: parece que o Bode, em seu endereço inicial, ficava, também, um pouco escondido. E quando as pessoas procuravam pela traíra, acabavam parando no Bar do Silva, que era próximo ao antigo endereço do Bode. O Silva cresceu e hoje é mais uma referência em traíra na cidade. Mas não há qualquer ressentimento do Bode: “há lugar pra todo mundo trabalhar”. Uma lição de um bom e tradicional butequeiro pra gente guardar na memória, além do sabor do seu divino camarão.
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Que coisa linda. salivei.
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