O Creme do Pão Doce é um blog idiota, assim como o postante que vos escreve! Isso não quer dizer que quem o lê seja também, embora, se você gostar do adjetivo, fique a vontade para usá-lo. E, como diria alguem que não me lembro agora: "Pra isso aqui ficar ruím, vai ter que melhorar MUITO!"
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Bar Rainha
Quinta feira braba! Ainda sob o efeito da ressaca da péssima Bavária que foi a companhia da noite anterior pra assistir ao jogo do Vasco na TV e deixou minha cabeça do tamanho de Júpiter, termino o expediente e saio com o “salvo conduto” expedido por Michelle, que foi enviada a BH com a intenção de trazer-me uma garrafa de Providência.
Sem muitas idéias do que fazer, salvo levar a Maroca pra passear na rua, vou me deixando ir para o centro, e logo me vejo entrando na Rua São João, pós Batista, em frente um dos butecos que mais vendem cerveja em JF (Sério! Dizem que só um bar na Getúlio Vargas vende maior quantidade): Estou no Rainha!
Súdito que sou, me lembro de várias visitas com a galera da Tribo Carijó, torcida que tenho a honra de ter participado da fundação. Muitos pré jogos e até confraternizações com torcidas visitantes aconteceram ali. Até reuniões importantes de organização tiveram o Rainha como ponto de encontro.
(Lembro da Red Bugre pendurada nas marquises colocando suas bandeiras numa sexta feira de carnaval, a bateria dava o tom da data festiva, mas era SÓ mais uma jogo. Depois só me lembro da chuva no estádio. Uma salve pros amigos de Divinópolis!)
Mas vamos falar do Rainha: eu quase não acreditei quando o Rui, comandante do balcão, me disse que são apenas dez anos de bar. Acho que ele está enganado. O Rainha parece ter sempre existido. Tem cara de buteco tradicional tanto pela localização quanto pela clientela cativa. Cerveja SEMPRE gelada, bom atendimento e tira gostos espalhados numa estufa que também serve de balcão.
E por lá estavam o sempre presente torresmo, ladeado pela lingüiça e batatas, o pernil estava chamativo, e o meu preferido, o figuinho de galinha, chamava pelo meu nome, em coro com a dobradinha ao molho.
Entro no bar, que a esta hora já esticava suas mesas pela calçada, e me acomodo no balcão de ardósia, Logo acima, um enorme espelho ajuda a distribuir a luminosidade e no aumento da dimensão do espaço. Ao fundo, uma TV sempre transmite um esporte, normalmente futebol, mas hoje era uma partida de vôlei, salvo engano, da famigerada Cuba contra a enjoada Itália.
O fundo do bar lembra um pub por conta do teto, pois lá há uma sobreloja que deve ser o estoque. Ao fundo estão os banheiros, junto às caixas de cerveja e aos freezers. Coisa boa foi terem acabado com as maquininhas de aposta que lotavam aquele ambiente ao fundo. O fundo do bar casou bem com os freezers e deixou o corredor de acesso ao bar mais claro e arejado. As mesas de madeira, quase negra, ficaram bacanas demais.
Coloco-me ao fundo do balcão, perto da minúscula cozinha e peço minha cerveja, uma Jurubeba pra ajudar o estômago baleado pela noite anterior, e meia dúzia de figuinho de galinha, acebolado.
Maravilha.
Sinceramente, figuinho melhor do que esse só o da mamãe mesmo. Coisa fina. Tempero e temperatura corretos. Textura e sabor inigualáveis. Iguaria divina, senhores.
Como disse, a dobradinha também chamava pelo meu nome, e logo chegou ao balcão. Sinceramente, estava saborosa e com pedaços “fiapentos”, daqueles que insistem em agarrar entre os dentes. Para quem não gosta, desculpe-me pelos detalhes, mas é assim que deve ser. Pena que passaram ela pelas microondas, coisa lamentável que já disse detestar. Nem precisava, mas...
Neste ínterim, por lá passaram conhecidos, gente que tomava uma cachaça e ia embora, ou mesmo só uma lata de cerveja. Converso algumas palavras com o Rui e me despeço. A ele conto que o blog está num período de visitação, cujas fases chamamos inicialmente de “etapas”, mas que agora penso que devem ser rebatizadas para “ciclos”, porque bares como este deve ser sempre revisitado, para nosso próprio bem.
Não se esqueça. Lá tem o melhor pão com carne de Juiz de Fora. E se estiver cheio, há ainda o Rei e a Princesa, filiais do querido Rainha. E por aí vem o Príncipe. Se fosse algo ruim, não abria “franquias”. Tenho dito.
São João, quase esquina com Batista. Funciona das 08h até o último cliente, “desde que ele não seja chato”.
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"O Rainha parece ter sempre existido. "
ResponderExcluirTô besta por ter só 10 anos.
Como "todo castigo é pouco", saí do Rainha e segui a Getúlio Vargas. O catiço atiçou e não pude deixar de dar uma passada pelo Abílio. E quem encontro na porta, procurando mesa? O Bodim, filho do dono do Bar do Bode do Monte Castelo. Sentamos e tomamos mais umas Bohemias, falando de butecos, Alemanha, peixes, cervejarias, história da cidade, tira gostos... Eita vida razoável!
ResponderExcluirUm prazer ler você parceiro. Texto de altíssima qualidade, sua descrição é perfeita, to babando aqui e com sede...Abraços, Airton. Estarei aqui sempre. Nel
ResponderExcluirAirton, adoro seu blog.Sua narrativa é uma delicia de acompanhar. Sou realmente fã de butecos. Moro ao lado do rainha e nunca comi o pão com carne nem o figuinho. Pretendo ir lá hoje experimentar!
ResponderExcluirAh, gente! Não fala assim que eu fico todo bobão!
ResponderExcluirÉ um prazer escrever e partilhar com vocês estas sensações vividas nos butecos.
Mas bom mesmo é tomar cervejas com vocês, em qualquer buteco por aí.
Valeu e um grande abraço!