O Creme do Pão Doce é um blog idiota, assim como o postante que vos escreve! Isso não quer dizer que quem o lê seja também, embora, se você gostar do adjetivo, fique a vontade para usá-lo. E, como diria alguem que não me lembro agora: "Pra isso aqui ficar ruím, vai ter que melhorar MUITO!"
sábado, 4 de junho de 2011
Skinão e a lembrança de um sábado de carnaval.
Sexta Feira. Enquanto espero calmamente pelo horário de buscar uma peça de roupa na costureira da Michelle, vago pela Getúlio Vargas para passar o tempo. Eram 18h30 e os butecos estavam abarrotados. Dou uma olhada no Três Irmãos, que fica em frente ao Mister Shopping e penso que lá é o tal bar que mais vende cerveja em Juiz de Fora. Sigo e entro na Floriano. Dou uma conferida no Chico Cara Feia. Lá há um balcão com tamboretes, o que me agrada pra uma cerveja rápida, mas também estava lotado.
Desço um pouco mais a Floriano e lembro-me do Skinão. Num destes carnavais, num sábado pela manhã, passei por lá e descobri que o lugar era o ponto de encontro de um bloco de carnaval, denominado “Pintinho de Ouro”. Naquele dia, o bar estava lotado, mas o atendimento era bom e a estufa estava repleta de tira gosto de buteco, inclusive um pernil de fazer babar...
Como o bar é amplo, bem arejado e tem uma calçada larga com mesas nos dois sentidos da esquina, estava mais tranqüilo e pareceu o lugar ideal pra tomar uma cerveja e “render o tempo”.
Em frente ao bar há um depósito de reciclagem, e penso que o pessoal vende suas latas e papelão e passa por ali pra “tomar uma” e “esquentar o peito”, depois de um dia de árduo serviço. É realmente o que acontece por lá.
Entrando no bar sinto que paira no ar o cheiro forte de cachaça. Acomodo-me no balcão, que não tem bancos, e peço minha cerveja. Noto que a estufa está um tanto vazia, se comparada à minha visita anterior. O bar está um tanto descuidado, desorganizado até.
Descubro, pouco mais tarde, que o dono está no comando há pouco mais de sete meses.
Na estufa, em bandejas, estão postadas lingüiças finas, cortada em pequenos gomos. Mandioca frita, em grandes pedaços. Figuinho de galinha meio desmanchado, com aspecto de farofa. Dobradinha ao molho de tomate com cebolas e moela de frango.
Pela bandeja repleta, sinal de que foi preparado recentemente, opto pela dobradinha, acompanhada por uns pedaços de moela de frango, tira gosto que aprecio muito.
A cerveja poderia estar um pouco mais gelada. Sabem quando abrimos a tampa e notamos a espuma formar-se dentro do gargalo? Era isso aí.
O tira gosto estava bom. A moela bem cozida e a dobradinha saborosa. (moela é um prato matreiro, deve ser feita na pressão com paciência e atenção, senão fica dura e estraga o tira gosto).
O Luiz, dono do bar, tem mais aparência de freguês da casa do que de dono: rosto vermelho e um tanto inchado, manca como se tivesse com uma gota fincando no joelho. Boa pessoa, quando viu meu interesse pelo buteco, foi atencioso, respondeu minhas perguntas e convidou-me a retornar mais vezes.
De forma geral, é um lugar bacana pra tomar uma cerveja rápida, como eu queria. Mas como por lá há uma jukebox, e alguém insistia em colocar as músicas mais populares da face da terra, “dei meu jeito” e fui embora.
Ficou na lembrança aquela estufa repleta do sábado de carnaval. Uma pena não existir mais.
(O buteco fica na Floriano Peixoto, esquina com Hipólito Caron.)
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