terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Jiló

Butecando em Belo Horizonte, mais precisamente no conhecido Mercado Central, fui tomar uma cerveja nos famosos bares de lá, em pé, como deve ser, e acompanhado pelo famoso fígado acebolado com jiló.
Como sempre, o atendimento ágil dos “garçons” do buteco me providenciou uma cerveja bem gelada e o chapeiro já começou o preparo do famoso prato.
Como ainda era cedo, por volta das 10 horas, fui acompanhando o início dos trabalhos dos funcionários. Descascam quilos e mais quilos de cebola. O fígado está temperado de véspera, num freezer ao lado da chapa. Curioso notar que este bar, o “São Judas Tadeu”, fica em frente ao “Valadarense” e pertencem à mesma pessoa. Não há competição, embora a atendente me explicasse que existem metas de venda.
Desta forma, toda hora passam vasilhas de um lado ao outro, com ingredientes das porções. Eu mesmo acabei ajudando. Coisa que só em buteco acontece.
No preparo do prato, primeiro o fígado vai à chapa, previamente “suja” e curtida pelos anos de trabalho (não se assuste, é isso que faz o prato ser o que é!).
Não me recordo se o fígado vai fatiado ou se é cortado na espátula pelo chapeiro.
Segue a cebola e por último o jiló, que é comprado no mesmo dia do preparo e finamente fatiado praticamente no momento em que vai á chapa.
Não tem igual.
Fiquei pensando no jiló de Juiz de Fora. O único lugar que lembra o de BH é o Bar do Abílio, que somente agora começo a servir o jiló junto ao fígado. Feito na panela.
Lembrando que o Abílio tem uns 40 anos de bar.
No Bar Dias, o jiló é servido à milanesa, empanado. O corte é longitudinal.
No Santa Hora, da mesma forma, o jiló é empanado, mas o corte é transversal.
Na Bodega do Tropeiro, é servido frito e na pedra.
Em outros bares da região, ele é servido cozido e recheado, normalmente, com lingüiça fina.
Aqui, até sorvete de jiló há. Deus me livre.
Resta-nos torcer para que, influenciados pelo festival de BH, que este ano desembarca em Juiz de Fora em sua primeira edição, algum dos donos de buteco de JF se inspire e passe a preparar o jiló do jeito belorizontino de ser, um dos melhores, na minha modesta opinião.

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