sexta-feira, 29 de abril de 2011

Avenida Rio Branco e seus butecos


Imagina só: Você percorrer a Rio Branco e conhecer TODOS os butecos que estão nesta avenida.
Não é tarefa fácil.
Mas o Creme do Pão Doce vai ajudar vocês a conhecerem este universo de bares.
Em maio começa a aventura, fotografada e noticiada aqui mesmo.
Não quer ficar só lendo? Quer participar? Mantenha-se ligado nas atualizações do blog. Em breve sai a agenda inicial desta empreitada.
Nossa Senhora do Fígado Saudável que nos proteja!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Dez motivos verdadeiros para freqüentar butecos


1) Nunca! Absolutamente nunca lhe será oferecida cerveja quente num buteco.
2) A comida não terá frescuras. Você comerá o que gosta e o quanto quiser, normalmente com preços módicos.
3) Você conhecerá o dono pelo nome, e ele também saberá o seu. Ou, ao menos, a sua marca de cerveja e porção preferidas. E elas serão oferecidas pra você no balcão, muitas vezes sem ao menos precisar pronunciar o que deseja.
4) A TV estará transmitindo um programa de esportes, e quase 100% de certeza de ser futebol. Não haverá novelas ou programas de variedades. No máximo, um telejornal.
5) Tulipa não existe por aqui. O seu copo será o americano da “Nadir Figueiredo”. Se estiver lascado ou sujo, basta pedir pra trocar que surge outro pra você usar.
6) Se teu tira gosto estiver ruim, você vai poder reclamar com quem o fez, ou seja, o dono do bar, que estará do lado de dentro do balcão. E ele será trocado sem custos para você.
7) Cachaça, por aqui, é servida no mesmo copo americano. Nada de copinhos de doses ou cálices. O choro é livre! Meio copo da mais pura pinga da roça vai lhe custar apenas um real.
8) Você pode chegar sozinho, mas com o passar das horas vai ter algum tipo de prosa com outro butequeiro sobre os mais diversos assuntos: mecânica, futebol, cerveja, preço da gasolina, mulher, biscate ou qualquer coisa que valha à pena. Se não quiser conversar, ninguém vai lhe importunar e seu silêncio será preservado.
9) O buteco é um lugar no qual você pode ir de chinelos de dedo, bermuda e camisa jogada nas costas. Não há necessidade de roupas adequadas ao ambiente e você será tratado sem distinção.
10) Você vai beber, conversar, comer, rir, se distrair e ainda vai sair de lá não acreditando que tanta diversão pode custar tão pouco ao seu bolso. A conta de buteco não quebra ninguém.

Bar do Chico



Olegário Maciel, esquina com a rua Espírito Santo, quase pendurado no morro do Imperador. Aliás, o paredão de pedra é uma das atrações do lugar nesta tarde ensolarada de sábado.
No som, ouvimos um bom rock dos anos 70. Poucos clientes naquele horário: os butequeiros do lugar; uma turma acocorada na mureta, do lado de fora mas sempre próxima ao balcão; um casal e nós, sentados, ansiosos e com uma fome de lascar.
Pedimos, de uma vez, a Língua Recheada e uma porção de Peito de Boi, já que chouriço não havia por lá.
Já devidamente abastecidos de cerveja, aguardamos a chegada do prato, que não demora muito. Os petiscos já estão prontos, na estufa do lugar, e são aquecidos na chapa e servidos na pedra, que chega fumegando na mesa.
Acompanhada de batatas cozidas e molho de tomate, pimentão, cebola e alho, lá está a língua, recheada de bacon. O aroma é de matar!
O sabor é delicioso. A língua, cuja textura de carne não apresenta similares, está tenra e desmancha na boca, sem nenhum trabalho.
Bem temperada, está muito bem acompanhada: As batatas estão bem cozidas, provavelmente, no mesmo molho em que foram servidas. Macias, na medida certa.
Minha esposa, que não é afeita a este tipo de carne, escolhe pedaços cujo visual não remeta a visão da língua, e também come o petisco. Meu irmão, Zé Antonio, nem fala muito, está mastigando o tempo todo. Só parou de comer para elogiar o sabor.
E é isso: é o autêntico tira gosto de buteco. Não há o que tirar nem por. Só nos resta aproveitar esta bela e farta porção.
Só ela seria suficiente para matar a fome dos três presentes à mesa. Mas ainda temos pela frente o peito de boi. Pedimos um pãozinho francês pra acompanhar as porções, pra que não deixássemos pra trás nem sombra do molho em que a carne estava mergulhada.
Saímos de lá, já calibrados com umas 7 cervejas e uma cachacinha (pra lavar a boca), com a sensação de que nos tornamos clientes do Bar do Chico, que terá nossa visita por mais vezes, de agora em diante. Que assim seja.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Boi na Curva


É muito difícil falar de um buteco que você freqüenta e gosta muito.
Mentira.
É fácil, porque o texto não será isento e só vou falar bem do lugar.
Então, não se assuste com os elogios excessivos, é a mais pura admiração pelo lugar que escolhi como segunda casa.
O Boi “na Curva” está numa rua reta. Na entrada do bairro Eldorado, na rua Luiz Rocha, 117.
Pra quem não conhece, basta seguir a Avenida Rui Barbosa e, uns 100 metros após a praça de Santa Terezinha, virar à esquerda numa pequena rotatória. Pouco à frente você verá o bar, com suas mesas nas calçadas e, normalmente, cheio de clientes.
De propriedade do Cristian, o bar é herança de família e já existe há 40 anos.
Lá estão as panelas e seus caldos, aromatizando o ambiente e abrindo o apetite de quem chega. Cachaças de diversas marcas ornamentam as paredes, e saciam a clientela. Há uma chopeira da Profana, cerveja artesanal da casa, um belo galão de cachaça com mel e os freezers de cerveja.
O lugar foi ampliado e redecorado recentemente e tem várias lojas aconchegantes para os clientes, além das mesas na calçada.
O caldo concorrente do Comida di Buteco leva o nome da casa.
Trata-se de um caldo de mandioca triturada, com costela de boi desfiada e tempero saboroso, segredo de família guardado a sete chaves.
O prato é acrescido de cebolinha finamente picada, e chega fumegando na mesa.
Sempre digo que é o melhor prato pra quem está querendo forrar o estômago pra engatar na bebedeira ou mesmo depois, pra matar aquela larica que a bebida causa depois de alguns goles.
É nota dez na cédula de votação, assim como é dez a temperatura da cerveja Heineken que tomei por lá. O atendimento sempre foi gentil e a higiene não deixa nada a desejar.
Pra arrematar a história, o Cristian ainda criou um prato Doritos que VAI ganhar o concurso neste quesito: Caldo de baroa com bacon, bem temperado e picante, acompanhado de queijo cheddar, cebolinha e um mini milho, isso tudo com os nachos de Doritos sabor queijo mergulhados nas bordas da travessa. Rapaz, não tem prato que combine mais com o Doritos que esse creme de baroa picante. Se outro prato levar este título, o concurso é marmelada.
Como não tenho certeza se este prato continuará no cardápio depois do evento, sugiro a todos vocês “correrem atrás do Boi na Curva” e degustarem esta maravilha, lembrando que o evento termina no dia 30 de abril.
E que o Boi na Curva seja o ganhador do Comida di Buteco, com a torcida do Blog.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Bar do Futrica



Futrica. Um dos bares mais centrais participando do Comida di Buteco. Fincado no que de melhor caracteriza o centro de Juiz de Fora, as galerias.
Tradicionais atalhos entre as ruas centrais, outrora recheados de cafés e bares, hoje estão mais para shopping do que para qualquer outra coisa: lojas comerciais de roupas e sapatos. Mas o Futrica vence o tempo e se mantém no mesmo local há anos. No espaço correspondente a duas lojas estão o balcão, as mesas, cozinhas e freezers. Há ainda uma choppeira da Brahma, coisa rara em butecos.
Aos chegar ao Futrica, lá está ela: a pizza grega, olhando com cara de coma-me dentro da estufa. Mas não foi esse o motivo da visita. O prato escolhido para concorrer ao título do Comida di Buteco é o “Meia e um”, e fomos ver do que se trata. Um espeto de filé com maionese, montado num prato, chega um filete de cubos de carnes, feitos na chapa e sem o espeto, acompanha maionese de batatas, tudo sobre alface e tomate. Não há um padrão rigoroso do tipo de carne. Você pode optar por “boi, porco ou frango”. Optamos por porco. Bohemia mofada na mesa e caipirinha no copo, hora de comer e ver como se porta sob o aspecto de tira-gosto.
Carne macia, temperada e suculenta. Nota-se ainda um pouquinho do molho usado na fritura e que “dá uma cor” à carne. Gostoso, mas não difere significativamente de outros churrasquinhos comidos em nossa cidade. Maionese: segundo o proprietário, esse é um resgate de um antigo prato que se servia por lá. Batatas e maionese se completam e ficam muito bem junto com a carne. Mas não noto um tempero especial ou algo que se sobressaia no sabor. Sou um butequeiro pouco exigente, mas tenho que usar um parâmetro. O Cervantes, em Copacabana, tem a melhor maionese de batatas que já comi, ela seria nota 10. A maionese no Futrica teria uma nota entre sete e oito, se comparada à do Cervantes. Até comi o tomate junto com demais componentes do prato, pra ver se ajudava na composição do sabor. Não muda muito. Tomate e alface ao natural não são ingredientes muito importantes num tira gosto.
Acaba rápido. A porção poderia ser um pouco maior e dimensionada para duas pessoas. Normalmente vamos ao bar pra tomar uma cerveja e jogar conversa fora acompanhado de alguém. E o tira gosto individual tira um pouco desta “coletividade” inerente ao buteco.
O atendimento é primoroso. Cerveja rapidamente reposta, e sempre bem gelada. Organizado e rápido, ali o giro de fregueses é alto e constante, pois o almoço é servido diariamente. Caipirinha forte e com pouco açúcar, como o escriba gosta. Pedi mais gelo e rapidamente fui atendido. Ganhamos pacotinhos de caldinho de feijão e as cédulas de votação do evento, com explicação sobre como proceder para exercer nosso voto.
Um bate papo com o proprietário justificou o motivo da pizza não ser o prato do evento: receita tradicional e sigilosa, eles não contam pra ninguém e, segundo o que me informaram, seria necessário passar a receita para a produção do evento. Sem chance! Achei justo. A pizza vai estar sempre ali, disponível pra quem é fã deste petisco, sem concorrentes ou similares no mercado. Que assim seja.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Bar do Bode


Sábado à noite, seguimos na nossa visitação aos butecos, começada na Cervejaria Mineira, depois ao Bigode, Futrica e agora estamos a caminho do Bar do Bode, no Monte Castelo.
Somado ao Totonho, do Retiro, estes são os bares mais “fora do circuito” no evento. Estão no miolo de bairros, um pouco distantes do centro. Com a ajuda do Google Maps, que neste caso não ajudou em quase nada, só em notarmos que o lugar está em meio a um emaranhado de ruas. Seguimos à risca o ditado que diz “quem tem boca vai ao buteco” (sei que não é bem isso).
Pergunta aqui, para por ali, arrisca aquela rua. Fomos descobrindo o caminho com os solícitos moradores e comerciantes do bairro. Subimos uma rua, pegamos a “terceira à esquerda”, a roda do carro cai num buraco, seguimos a rua e achamos o lugar, ao lado de uma igreja evangélica. Em Juiz de Fora disputa-se “pau a pau” o espaço de bares e igrejas. Sobre isso já falei (aqui). Achamos a entrada, paramos o carro e descemos as escadas para o salão do bar.
Lotado, afinal era sábado à noite. Mesas e cadeiras de madeira, a cozinha aberta ao fundo, funcionando freneticamente. De longe notamos o cheff Bode e sua inconfundível barba e chapéu. Após nossa chegada, forma-se uma fila de espera. A família é quem atende. Um pouco desorganizado, devido à casa cheia. Alguns clientes saem e tomamos a mesa. Demora um pouco para a limpeza. Mas aparece a atendente e providencia a organização e os pedidos de bebidas. Mais Bohemias, caipirinha e cachaça. A cachaça é “da casa”. Não há uma carta de cachaças. Mas esta é saborosa e bem aromática, e sobressai bastante na caipirinha. Cerveja na temperatura ideal.
Pedimos logo três pratos: o oficial do evento “Camarão ao alho e óleo com molho rosê”, o prato Doritos “Tira-Vira” e uma porção da tradicional traíra. Antes disso, surge na mesa um potinho com uma porção de farofa temperada, da casa. Farofa de mandioca com alho, flocada. Maravilha demais! Boa mesmo.
Pouco depois chegam os pratos. Não vou negar, quando pensei em camarão e Juiz de Fora, não achava que daria certo. Estava enganado. O prato estava nota 10. Camarão sem casca, de tamanho médio, tenro e MUITO bem temperado. Um tira gosto no melhor sentido da palavra. Talvez, no máximo, um capricho na apresentação tornaria o prato irrepreensível.
O tira-vira, apesar de não ter nada de Doritos, estava muito bom, melhor até que a tradicional traíra da casa. Farta-mo-nos.
O Bode apareceu depois, conversando com todos os clientes. Falamos sobre um caso interessante, meio lenda urbana: parece que o Bode, em seu endereço inicial, ficava, também, um pouco escondido. E quando as pessoas procuravam pela traíra, acabavam parando no Bar do Silva, que era próximo ao antigo endereço do Bode. O Silva cresceu e hoje é mais uma referência em traíra na cidade. Mas não há qualquer ressentimento do Bode: “há lugar pra todo mundo trabalhar”. Uma lição de um bom e tradicional butequeiro pra gente guardar na memória, além do sabor do seu divino camarão.

Bar do Bigode e Xororó


Sexta feira, dia da Nossa Senhora da Cerveja Pilsen. Ansioso, esperei o badalar das 18 horas pra fugir do escritório e dirigir-me a mais um dos butecos participante do maior evento gastronômico da via Láctea e adjacências: o Comida di Buteco, das terras de Santo Antonio do Paraibuna.
Vamos, desta vez, pra bem perto do lugar da labuta diária. Ando poucos metros, atravesso a maior avenida em linha reta da América Latina (dizem por aí) e já estou na Rua Chanceler Oswaldo Aranha, político e diplomata brasileiro. Mas não é por causa deste riograndense que vou até àquela estreita rua. Procuro pelo “Bar do Bigode e Xororó”, famoso por produzir o melhor torresmo do Brasil. Diplomatas deveriam levar uma travessa deste torresmo para iniciar as conversas e negociações. De certo que tudo ficaria mais fácil de ser resolvido, ainda mais se regado por uma boa dose de cachaça.
Bem, vamos largar esta conversa fiada e partir para o que interessa: o Trio Mineiro, prato que concorre ao prêmio do festival. Um adendo, dizem que este bar tem boas chances de ganhar, devido ao grande número de freqüentadores. Mas o título independe da quantidade de votos, e sim das notas atribuídas a cada quesito. Desta forma, quem receber míseros duzentos votos com notas 10, por exemplo, pode ganhar de um buteco com 10.000 votos, mas que teve uma média de notas nove. Curti essa forma de eleger o bar vencedor.
Retornemos ao assunto principal, o Trio Mineiro. Logo se imagina torresmo, mandioca e lingüiça. Na verdade, o prato leva o torresmo, só que “de ponta”, junto à mandioca, que neste caso está cozida e no lugar da lingüiça, lá estão eles, novamente (lembram do Jiló à Mineira?): palitos de polenta frita. Finos, crocantes por fora e macios por dentro, conforme o padrão definido pela ABNT (Você bebeu, fio?) . Curioso é que, normalmente, comemos angu mole em nossas casas. Sempre achei que “polenta” era coisa de paulista. Corrijam se eu estiver errado, por favor.
Em tempo, se você viu o prato no Zine Cultural, ou em qualquer outra foto em que se apresente montado sobre uma vasilha de cerâmica branca e quadrada, esqueça isso e olhe pra foto que ilustra o post. Ele vem na pedra, o que é bom, pois ajuda a manter a temperatura por mais tempo. O sabor: o torresmo é realmente digno do título de melhor do Brasil, não há como questionar. Um pedaço carnudo, bem temperado e com uma fina e crocante pele, que estala enquanto a gente mastiga. A mandioca: sou fã “demais da conta” de mandioca cozida. Prefiro-a assim a frita, o que muitas vezes a endurece e que teima em não aceitar o sal do saleiro. Cozida, na medida certa, sem desmanchar demais e coberta com queijo derretido. Maravilha. Os palitos de polenta estão dignos e diferem do prato do dia anterior por serem mais longos e finos. Bom demais pra molhar no molho tártaro da Hellmans servido junto com o prato. Só acho que eles deveriam ter produzido um molho “da casa”, ao invés de aproveitar o sabor pronto, do fabricante. Seria um diferencial a ser degustado. Tudo isso, acompanhado por cerveja gelada. Lá não tinha Bohemia, então, fui de Skol mesmo. Gelada e sempre “recarregada” com brevidade pelos atentos garçons da casa.
Papo cheio peço a conta e ganho a cédula de votação. Ah, o prato custa 21 pratas, e a cerveja do Bigode custa o preço padrão do “Alto dos Passos”.
Saí satisfeito com o prato, que foi agraciado por uma boa nota. O mesmo para o atendimento. A melhor nota foi pra temperatura da bebida, sempre trincando de gelada. A higiene peca somente por um problema tradicional. Banheiros que se tornam sujos no decorrer da noite e que são usados por ambos os sexos, sem uma divisão que se respeite. Tanto que são três os banheiros da casa, lado a lado. A “toalha” de mesa do Comida di Buteco estava suja e rasgada, e deveria ter sido trocada antes de usarmos o lugar. Não custa nada atentar para estes detalhes.
No mais, o petisco concorre seriamente ao título, sem sombra de dúvidas. Sorte dos freqüentadores da casa, pela competência dos proprietários.
Recomendo e torço para que o prato se integre ao cardápio, de forma definitiva.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cervejaria Mineira no Comida di Buteco JF


Enquanto os convivas de BH esbravejavam nas redes sociais sua indignação pela demora na lista do Comida Di Buteco de lá, cá em Juiz de Fora, logo cedo já tivemos acesso à nossa lista, com descrição dos pratos, endereços, preços, fotos e vídeos dos participantes. Um bom trabalho da Duetto em parceria com Zine Cultural, República, Cardápios JF e mídias envolvidas no projeto.
É bem verdade que temos menos butecos participantes se comparado com BH, mas nosso período de evento também é 50% menor. Fica a lição pro pessoal da capital, que normalmente desdenha do interior e que, inacreditavelmente, tem criticado a abertura de tal evento para outras cidades.
Mas a certificação de três butecos de véspera para caravana da imprensa foi o melhor de tudo. Já podemos começar a degustar as finas iguarias de tais lugares antes mesmo do evento estar oficialmente aberto.
Cervejaria Mineira, Bar do Bigode e mais um terceiro local, que ainda não identifiquei, foram visitados no dia 13 por jornalistas, inclusive com cobertura ao vivo do jornal local.
O butequeiro que vos escreve, que não é bobo nem nada, aproveitou pra começar a visitação escolhendo a Cervejaria Mineira como ponto de partida para a longa tarefa de visitar os 15 butecos da lista.
“Partiu então”, acompanhado da mulher, sua fiel companheira, em direção ao final da Avenida Rio Branco.
Identificado o buteco, chegamos e escolhemos o lugar mais apropriado: para ela, de frente pra TV.
Bar próximo a bairros nobres, leva pra lá também personagens conhecidos da cidade. Um médico, um membro do governo municipal e mais alguns freqüentadores “oficiais” do bar. Pela hora e pelo dia, o bar estava vazio, mas completamente tomado pelas propagandas do evento: bandeirolas, cartazes e tudo o mais.
O garçom logo chegou e atendeu ao nosso primeiro pedido: ligar a TV. Embora tenha levado o cardápio até a mesa, avisamos que queríamos o prato do evento (que não estava listado no cardápio do lugar).
Uma água e uma Bohemia, pra “começar os trabalhos”.
Conversa vai, conversa vem, passados alguns minutos chega o prato. Servido sobre uma pedra e amparado por uma forma de madeira, apresenta-se o “Jiló à Mineira”: músculo cozido, ao molho madeira (?!), acompanhado de palitos de polenta e jiló à milanesa, ou empanado, como preferirem chamar.
Uma porção generosa que atende bem a duas pessoas, com preço justo (R$15,90). Ainda nos foi servido um creme de maionese temperado, que faz parte do prato Doritos da casa.
Pratos postos, começamos o deguste: polenta amarelinha, crocante por fora e macia por dentro. Molhada na maionese ficou melhor ainda.
O jiló carecia de um pouco mais de farinha de rosca ou fubá. Não estava firme como deve ser, talvez amolecido pelo (pouco) caldo da carne. Nada que não possa ser corrigido. Como o glutão que vos escreve é fã incondicional deste petisco, sempre há de julgar que o mesmo pode ser um pouco mais crocante, sequinho e lembrar, em sua forma e apresentação, a um lambari frito. Não era o caso nesta noite.
O músculo: macio e fibroso, como deve ser. Tempero que lembra aquela comidinha de casa, feita pela mãe. Mas nada de molho madeira, na minha percepção degustativa (uia, que troço chique que eu escrevi). Como disse antes, nada que comprometa o prato, estava realmente gostoso, mas para os que curtem o sabor do molho madeira e que procurarem o sabor na carne, nesta quinta feira ela não estaria por lá.
Traçamos tudo, não sobrou nada. Achei o prato um pouco pesado, talvez pelo jiló encharcado, ou por perceber que, talvez, a fritura passe pela mesma panela de torresmo. Achei um exemplar perdido junto à porção. Gordura de porco é saborosa, entretanto tende a tornar a “digestã” mais morosa.
No geral, fiquei satisfeito: atendimento cortês e gentil, cerveja na temperatura correta prum dia quente, asseio e preço admiráveis.
Voltarei, pois prometi ao dono que irei votar (as cédulas ainda não estavam por lá).
Não acho que ganhe o concurso, mas estou feliz pela Cervejaria Mineira estar participando. Sucesso ao proprietário e bom apetite a todos!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Bar Dias - Review

Aproveitando a chegada do Comida Di Buteco nas terras da Manchester Mineira, vou postar alguns textos falando dos butecos que frequento ou conheço. Não vai faltar assunto!
Pra começar: Tenho ido, com certa freqüência, ao Bar Dias, e acho justo postar novamente um pequeno texto que relata as características deste autêntico buteco:
Bar Dias
Este é mais um dos bares de Santa Terezinha com “extenso currículo”. Lá se vão mais de trinta anos de idade. No velho balcão há uma estufa sempre recheada de tira gostos de toda espécie. Lá você encontra os pastéis de camarão, frango, carne e queijo, daqueles meia lua, marca registrada de um bom buteco. Tem ainda chouriço, moela, torresmo, língua recheada, pernil, frango frito e empanado, costelinha e muito mais, de acordo com o dia da semana.
E não é só isso! Lá também tem um cozinha “full time”, preparando porções, caldos e tira gostos fresquinhos o tempo todo. A Carlinha está sempre lá, preparando quitutes dos mais diversos, dentre os quais eu destaco o jiló a milanesa, o melhor de JF. Não deixe de experimentar, é barato e delicioso: É conhecido como “lambari da terra”, como alguns freqüentadores apelidaram o jiló.
Lá você encontra ainda canecas de caldos: feijão branco com dobradinha e mocotó, dentre outros. Aos sábados, sempre há a famosa feijoada, que pode ser servida na cumbuca, prato feito ou no marmitex, pra quem quiser levar pra casa.
O bar serve as cervejas Brahma, Skol e Antarctica, sempre geladas. Há cachaça de todo tipo, da roça até as de marca, e destilados diversos pra quem gosta de tomar algo mais encorpado que cerveja! Tem também vinho do sul por lá.
As mesas ficam espalhadas pela calçada, ou dentro do próprio bar, onde há um mural de fotos das dezenas de jogos promovidos pelos proprietários e clientes, os famosos Casados X Solteiros, em que ninguém ganha ou perde, porque o que vale é a amizade daqueles freqüentadores. Tudo termina em pagode, churrasco e cerveja. Lá você pode encomendar as camisas deste tradicional jogo. Tá pensando o que?! O Negócio é organizado!
O Fabrício e o Francisco estão sempre lá, atrás do balcão. São prestativos e rápidos no serviço. O Tostão e o Chicão servem as mesas. Há, ainda, uma mesa de sinuca, pra quem quiser se distrair. O bar transmite jogos e há uma área reservada no segundo piso, para este fim.
O blogueiro recomenda: O jiló à milanesa, a moelinha acompanhada com o pãozinho, e a caneca de dobradinha!