sexta-feira, 28 de maio de 2010

PM 24 horas - Band - É pra rir?

O tempo passa, o tempo voa, e a PM do Brasil continua a mesma coisa...

Assistindo um programa na Band, fiquei surpreso com a conduta da PM de SP em suas ações. Numa primeira cena, estouram uma boca de fumo. Prendem várias pessoas, algumas que passavam pelo lugar, apenas.
Mesmo sob protesto dos presos, que argumentavam serem trabalhadores, com carteira assinada (inclusive mostrando a CTPS), foram todos passear de camburão algemados. Na entrevista, estes presos argumentam que passavam no local e não tinham nenhum envolvimento. Na ótica da PM, estavam se fazendo de "loucos", e tinham sim envolvimento com o tráfico, sendo vapores, seguranças, olheiros e traficantes.
Na delegacia, após as averiguações, dos oito presos quatro são liberados. Tinham fichas limpas e não foram identificados pelas investigações que a PM havia feito antes da invasão da boca.

Ou seja, na dúvida, vai todo mundo preso: Uma mudança na conduta "atira antes depois pergunta".

Na outra cena, atendem a uma denúncia de homem armado num bar do subúrbio. Chegam e nas averiguações notam que o denunciado apresenta RG falso. Tentam convencer o homem a confessar e por fim confirmam no Copom a informação de que o cidadão é foragido, num indulto desses...
Algemam o cara e passam a interrogar se há drogas e armas na casa. Ele nega inicialmente, mas a PM o convence a entregar o paradeiro da arma, no guarda roupas da casa. Tudo isso ocorre numa “venda”, propriedade da companheira do criminoso, sob os olhares desta e de seus filhos.
O preso pergunta se chegaram a ele por “caguetagem”. Eles confirmam e ele afirma ter se desentendido com uma pessoa numa cobrança de dividas, sendo este o possível denunciante.
A PM corre a casa e acha flaconetes de cocaína num pote de creme de cabelos da mulher.
Ela diz não saber de nada e que “não usou o creme de cabelo naquele dia”. Porém, posteriormente diz saber que o marido era criminoso, pois já o visitava na cadeia antes da fuga.
Ela nem precisava falar mais nada que já passava a impressão de envolvimento com tráfico, claramente.
Cadeeiro foragido + Drogas + Arma + RG Falso + Cobrança de dívidas (droga?) = Prisão na certa, inclusive da parceira.

Mas, diferente da primeira cena, não levaram a mulher, nem por associação com o tráfico, nem por dar guarida a foragido. Perguntaram:
__ Vc sabia da droga?]
__ Não!
__ Então tá, blz!

Curioso como a mesma PM pode mudar a abordagem e decidir quem está certo ou está errado. Achava que isso era competência do Juiz...

Mas pelo menos ninguém foi “esculachado”, pra usar o termo da PM e da bandidagem: Ninguém apanhou na frente das câmeras... Sorte dos bandidos e suspeitos, pelo menos.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O fim das autogestões em JF

Duas indústrias de Juiz de Fora, talvez as maiores da cidade, acabam de mudar o modelo de gestão do plano de saúde oferecido aos seus empregados e dependentes:
Abandonaram a autogestão, onde administravam de forma independente o plano de saúde de seus funcionários, e contrataram o plano de saúde de uma conhecida cooperativa médica.
Méritos da cooperativa.
Infelizmente, os excessos regulamentares promovidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, órgão federal que regulamenta o setor, tornam desinteressante a autogestão de um plano de saúde, cheio de exigências legais, normas, prazos, informações periódicas, vinculação de capital, atuários, auditores, quando o objetivo principal de uma empresa é produzir aço ou montar carros...
A ANS e seu extenso volume de normativas já encolheu o mercado de plano de saúde significativamente. Por um lado, saíram empresas que se aproveitavam da falta de controle, mas o enxugamento das possibilidades de contratação de planos, seja por falta de opções ou mesmo devido aos produtos serem “engessados” em sua cobertura, trazem um péssimo resultado para o consumidor.
Hoje é praticamente impossível contratar, individualmente, um plano de saúde sem a famigerada co-participação. Algumas operadoras não mais comercializam planos individuais e familiares com cobertura de internação, ou, se a oferecem, por força legal, apresentam preços exorbitantes para evitar a contratação.
No caso do fim das autogestões, citado no início do texto, há um reflexo maior e talvez não identificado no primeiro momento.
As autogestões multiplicavam, num maior número de credenciados, a utilização do plano de saúde pelos seus usuários. Agora, mesmo que a cooperativa disponha de ampla rede credenciada, teremos médicos e clínicas, não cooperadas, deixando de atender e faturar com a prestação de serviços. Outro fato ainda a ser dimensionado é a questão das tabelas de serviços adotadas pelas autogestões, que em alguns casos eram significativamente maiores que os parâmetros da cooperativa.
Fato é que os prestadores de serviços referenciados ou cooperados terão um aumento no número de clientes, porém, com valores de consultas abaixo do que recebiam diretamente das autogestões. Outros profissionais, não cooperados, com a queda no número de usuários e de receitas, terão um impacto financeiro que gera arrocho e até desemprego.
Conclui-se, então, que numa cidade estagnada e sem perspectiva de crescimento a curto e médio prazo, uma pequena mudança na opção de oferecimento do benefício saúde aos colaboradores de duas indústrias da cidade pode gerar um significativo impacto na economia local.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O creme do pão doce

Sim: é aquele creme adocicado e amarelinho que fica por cima do pão macio de massa branca, que tantos gostam.

Nem me lembro o motivo da escolha do nome. Muito menos pq decidi escrever besteiras e publicar na internet. Provável (má) influência de alguém.

Mas, seria este nome uma analogia as já afamadas frases “último biscoito do pacote”, ou “o gás da Coca-Cola”?

Uma descrição que mostraria ser o blog uma mera superficialidade, pois, afinal, o creme do pão doce não é só uma cobertura amarela num pão tão simples quanto o do cachorro-quente?

Seria uma influência gastronômica inconsciente do rotundo autor do blog?

Nada disso. É só um creme doce e amarelo, com sabor que lembra a baunilha, que se encontra na cobertura de pães encontrados em todas as padarias do Brasil, que tantas pessoas comem e que no final vira a mesma MERDA de sempre, independente do cu que a cague. Só isso. Entendeu?

Assustador

Vi um anúncio de emprego no jornal que me chamou a atenção. Apesar de ser um cargo inferior a outros que já exerci, achei interessante por ser numa instituição tradicional e também uma oportunidade de deixar de trabalhar para “os que vestem branco.” Mesmo que isso significasse menor salário.

A vaga, de auxiliar administrativo, não requeria muita coisa: experiência em atividades administrativas e em arquivamento, nível médio e conhecimento em informática.

O anúncio se repetiu no final de semana seguinte, e até pensei que haviam republicado pela baixa entrega de currículos.

Fui chamado à primeira fase de seleção. Chegando ao local, fiquei surpreso com a quantidade de pessoas que foram convocadas: 150. Soube depois que haviam sido enviados 500 currículos no total. Surpreendente mesmo.
Animei-me com a abstenção: Devem ter faltado uns 50 candidatos nesta fase.

Uma prova de interpretação de texto com um tema de jornalismo. 15 questões apenas.

Passaram à próxima fase 50 pessoas: todas que tiveram, pelo menos, 70% de acertos na 1ª prova.

Seria uma avaliação psicológica. Pelo número de pessoas, descartei uma dinâmica de grupo. Achei que deveriam aplicar uma prova escrita, para que numa outra fase, houvesse uma dinâmica e entrevista.

Estava enganado. Passaram a todos uma pequena folha, com meia dúzia de perguntas. Devíamos escrever e posteriormente, diante dos demais candidatos, nos apresentar e responder tais perguntas.
Nome, idade, o que gosta de fazer, o que não gosta de fazer, pontos positivos e coisas que tem que melhorar, o que espera estar fazendo daqui a cinco anos e experiência profissional. Simples assim.

Aos psicólogos de plantão: Desculpem-me a ignorância, mas se um teste destes serve para traçar o perfil de um cidadão, seu diploma deve valer muito pouco no mercado...

E não é que é verdade? Afinal, a apresentação, morosa, repetitiva e dissimulada dos participantes me fez ficar assustado: Havia psicólogos participando da seleção!
Mas não eram só psicólogos. Advogados, professores, analistas de sistemas, filósofos, jornalistas, economistas, pedagogos, professores, todos os tipos de graduados e pós graduados. Gente que está cursando sua segunda graduação, inclusive! Vários em pleno exercício da profissão. Assustador, como diz o título. Alguns outros, como eu, haviam ingressado na graduação e estavam parados, outros, estudando. Talvez dois ou três fossem secundaristas. Alguns candidatos tinham 30 anos de experiência!

O desânimo se fez presente: Não me empenhei em fazer uma boa apresentação, apesar da minha imensa facilidade de falar em público, experiência e formação que se enquadravam perfeitamente à vaga. Para terminar, havia uma redação com o título: “Quem sou eu!” Devia ter escrito: Sou Daniel na cova dos leões. Não o fiz. Tracei umas 15 linhas, sem nenhum tesão, e entreguei rapidamente.

Uma imensa sensação de perda de tempo tomou conta de mim. Não estou desmotivado, mas creio que mudar de área vai ser algo demorado, gastando mais tentativas que imaginei inicialmente.

Fico mais triste por existir tanta gente com formação e que não consegue trabalhar na sua área, seja por falta de oportunidades ou porque não tem competência para tanto. Talvez não tenham sido bons alunos o suficiente para tentar o concurso público, com provas específicas de sua área. Não dá pra entender. Penso, à vezes, que a graduação é um mero canudo pra encher currículo.

Como alguém investe 30, 40 mil reais numa graduação particular e vai tentar vaga num emprego de R$700,00? Quem perde 4 anos estudando jornalismo para ir trabalhar como auxiliar?

Segue vida. Vamos em frente.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Contribuindo com o blog alheio:

http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/2010/05/10/enche-o-tanque-37/

Na verdade, sou fã do Gomes, jornalista e piloto "café-com-leite". Fico orgulhoso de contribuir com o Blog do CARA!